A lenda do compilador dos Yoga Sutras em uma versão poética Por Rosa
Muniz e João Soares
Certa vez os deuses sentiram o universo estremecer!
Todos se alegraram, pois sabiam que o grande Shiva estava se preparando para executar sua dança.
O criador Brahma, aquele que sustenta quatro cabeças, lentamente abriu seus olhos, e seu coração para o que estava por acontecer.
Vishnu – o deus que em seus sonhos mantém a existência do universo – e sua companheira Lakshimi, se colocaram a postos.
No alto da maior montanha, perto do céu, Shiva tocou seu tambor e pôs-se a dançar. De sua grandiosa dança surgiu uma poderosa energia que a todos contagiou! Luzes de todas as cores desenhavam formas no espaço, criavam galáxias, iluminavam o escuro e faziam nascer estrelas.
Ao presenciar tamanho espetáculo, Ananta – a grande serpente sobre a qual o deus Vishnu repousa – agradeceu pelo privilégio de ver algo tão belo! O coração de Ananta desejou ser capaz de ter um pouco daquela força, pois ele percebeu o poder que Shiva emanava através do Yoga. Então Ananta – pela primeira vez em toda a sua existência – desejou ser como os humanos para que um dia pudesse praticar Yoga e sentir seu poder transformador.
Brahma, o deus Criador – que tem o poder de guardar consigo as intenções verdadeiras de cada ser do universo e transformá-las em realidade – ficou comovido com o desejo da fiel criatura.
Em outro lugar, na Índia, havia uma yogini que se chamava Gonika e que era uma praticante dedicada e sincera. Por isso, pelo Yoga, tinha conquistado o grande dom da sabedoria e da transformação.
Ela estava contente com tudo que a vida lhe oferecia, não tendo nenhum desejo de poder ou ambição material. Mas, apesar de dedicar todos os anos de sua longa vida à prática e ao estudo do Yoga e de nunca ter se casado, Gonika desejava – no fundo de seu puro coração – ter uma criança para quem pudesse ensinar toda a magia do Yoga.
Todos os dias ao nascer do sol, no rio, ela fazia suas orações e cantava seus mantras. Um dia em e meio a suas preces, ao unir suas mãos no gesto Anjali Mudra (o Gesto das mãos em prece), ela sentiu algo caindo entre suas mãos. Era a serpente Ananta que, naquele exato momento, transformou-se em um menino e caiu entre as mãos da Yogini. Foi neste grande dia que Brahma, o criador, concedeu a Ananta que ele nascesse como filho de Gonika!
Ao abrir as mãos, ela viu, emocionada, seu pequeno filho. Soprou o Om em sua testa e chamou- o de Patañjali (aquele que caiu nas mãos em prece).
Gonika ensinou a seu filho tudo que ela sabia sobre o Yoga. Patañjali cresceu forte e sábio como toda mãe deseja que seu filho seja. Um dia, Patañjal beijou seus pés e recebeu suas bênçãos para partir em busca de mais conhecimento.
Contam aqueles que nos ensinam através de histórias maravilhosas que, um dia, Patañjali ao meditar encontrou o próprio Shiva e dos lábios do próprio criador do Yoga ele aprendeu tudo que restava sobre essa maravilhosa arte. Contam ainda, que a partir desse encontro sagrado, Patañjali sintetizou os ensinamentos do Yoga que hoje conhecemos como Yoga Sutra.
Agora com mãos unidas em Anjali Mudra saudamos você e todos os yogis do universo: Namastê!
Tudo de bom pra você, tudo de bom para mim, tudo de bom para todos nós! (saudação do Yoga com Histórias).
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